A prática escolar

Libâneo, ao explicitar prática docente, nos apresenta, no meu entender, o conceito mais acutilado… o de que assegura a realização do trabalho. Mas, sobremaneira, imperativo é lembrar que todas as práticas estão embebidas em algo que vai além do “pedagogico”, pois a escola cumpre funções que lhe são direcionadas pela sociedade que a compõe e, como sabemos, vivemos numa sociedade, verdadeiramente constituída por classes com interesses muito, mais muito contrários. Nessa provocação, pensando que sempre podemos e devemos melhorar, digo que é fundamental a reflexão sobre a nossa prática que, na maioria das vezes, não revela o entendimento pedagógico, pressupostos de avaliação e/ou teórico-metodológicos usados, mas que estão implícitos e muitas vezes nem sabemos que entendimentos são esses. Assim, buscar ter clareza do modo como tenho direcionado minha prática e como eu aprendo para fazer, são ações importantes nesses tempos. Tempos que nos exigirão muito mais….

É preciso ser ponte e não muro.

Recentemente postei na minha conta no Instagram uma imagem com essa frase: É preciso ser ponte e não muro. Ela faz pensar em diversas coisas, dentre elas a maneira como nos relacionamos com as pessoas. Ao considerar a formação social que temos, vemos como é difícil ser uma ponte. É um grande desafio a formação de competências socioemocionais, nas quais enquadro a frase. Para ser uma ponte, no sentido de se colocar no lugar do outro e ajudar no seu crescimento, é preciso desenvolver o que chamamos de autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, além de responsabilidade e cidadania. A primeira (autoconhecimento e autocuidado) refere-se a necessidade contemporânea de cada ser conhecer, aprender e cuidar de sua saúde física e emocional. Ver-se na diversidade humana, reconhecendo suas emoções e as dos outros, sabendo lidar com elas; a segunda (empatia e cooperação) é o processo de colocar-se no lugar do outro, sem ideias pré-concebidas, utilizando o diálogo como ponte à resolução de conflitos, a fim de ser respeitado e respeitar a condição dos outros (na mesma medida); e, por fim (e não finaliza) agir pessoal e coletivamente. Entendendo o bem comum como parte das relações e de sua construção pessoal.

Ser ponte e não muro é um convite. Um chamado a percorrer um caminho diferente dos demais. Um caminho mais simples, sem complicações, tendo em vista que ninguém é obrigado a ser igual. Muitas vezes o ‘igual’ é chato e não representa. Pensar como uma ponte nos permiti e dá permissão para compartilhar, com o outro, aquilo que se tem de melhor. Então, que sejamos ponte e não muro, enquanto podemos.

O que se revela?

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Imagem de uso gratuito https://www.pexels.com/pt-br/

Tenho acompanhado, com toda medida possível, para não ter uma ‘pandemia no juízo’, os desdobramentos que tem ocorrido a partir da mais recente pandemia desse século. Um número absurdo de informações de toda natureza e por “n” formas de comunicação. Aqui, faço uma pausa para alertar que é preciso ter cuidado com as informações e suas fontes, sob pena de propagarmos informações erradas e assumir ideias e pensamentos que necessariamente, em dias ‘normais’ não assumiríamos.

Bom, mas o que esse cenário nos revela? No meu entendimento o pior da nossa sociedade. É, o pior! Porque? A maioria da população foi orientada a desenvolver um isolamento social, para evitar a propagação mais rápida do COVID-19. Pois bem, apesar do isolamento de cerca de 58,7% (veja mais em https://www.inloco.com.br/pt/), sentido pelo ar do planeta, temos visto é uma ampliação dos problemas já conhecidos e vivenciados por nós brasileiros. De um lado a população e do outro os políticos, fazendo, por sua vez, o que fazem de melhor: politicagem e brigas entre si. A população, cito a parte mais carente, tem sofrido com a ampliação da desigualdade social, amplamente revelada e amplificada com a pandemia. Aquela que, na voz do atual presidente foi enquadrada como uma “gripezinha”, tem se revelado um problema rodeado de outros problemas, especialmente, aquele de caráter ético. Sem falar na fome, falta ou ausência total de renda. Para a população mais carente, embora entenda a necessidade do isolamento, pergunta-se “como será o amanhã”, tendo em vista que fome não espera.

Contudo, num outro universo, o que se revela, também, é o perfil solidário dos brasileiros em suas comunidades. A ação solidária, graças ao entendimento das pessoas e à sua voluntariedade, que não tem, em alguns casos, os braços políticos e politiqueiros que vivenciamos.

O que se revela é que, precisamos escolher, deliberadamente escolher. Eis a grande demanda. Eu escolho me isolar ou trabalhar (serviços não essenciais). Se me isolo – atendendo as orientações científicas pertinentes -, conforme meu “lugar de amparo social” que estou inserido, corro o risco de passar muitas necessidades. Se saio para trabalhar, por exemplo, corro o grande risco de entrar nas estatísticas, sob pena de descer a sepultura sem velório e cortejo. Ser um daqueles que serão atendidos por um sistema de saúde, historicamente decadente e que tem servido apenas para o discurso no palanque político e que, agora, em dias de agonizar é que os poderes se mobilizam para tentar solucionar depois que os problemas já se ‘incronizaram’. Esse é apenas um dos motivos do isolamento. Pois, preservar vidas, num cenário de ‘desconhecimento’ é extremamente difícil. O vírus não escolhe em quem pegar, mas tem matado os mais vulneráveis.

O que se revela é que perde-se tempo investindo em coisas “supérfulas” e/ou que prejudicam a população e beneficiam certos e poucos agentes, em vez de gerir recursos para uma distribuição de renda mais justa, para o investimento maciço em pesquisa científica, com vista à melhoria da vida das pessoas, em saúde e sobretudo em educação. A crise se amplia, aqui no Brasil no meu parco entendimento, em razão de uma outra crise, amplamente amplificada com a pandemia: crise ética. Essa é profunda, aguda e reveladora do caminho que estamos trilhando.

Vamos refletir? Faça sua reflexão. Coloque o seu olhar. Fique atento. Faça sua parte. E, vamos torcer, para que tudo passe logo e que cheguemos lá melhorados, conscientes e ativos em nossos papeis sociais.

Ele não está lá!

Nos últimos dias tem se feito alusão ao sofrimento de Cristo. Por obediência e amor pela humanidade cumpriu um propósito maior e mais complexo que não pode ser diminuído na figura de um coelho de páscoa e seus respectivos ovos. Pois o cordeiro Pascal, filho único de Deus, veio para os seus e os seus não o receberam. Não é um entendimento contra a venda e consumo de ovos de Páscoa, tendo em vista um processo histórico aí envolvido. Mas, tenho certeza de que Cristo não foi capitalista… Bem, mas Ele não está lá… tenho certeza que se estivesse, não faríamos nenhum discussão sobre. Ele não está lá representa, para todos os que nEle creem, como eu, o maior presente que ganhamos: vida. É fundamental, no meu entendimento, compreender o papel desse sacrifício. Não apenas para uma simples alusão de momento, mas pela poderosa ação e mensagem aí empreendida. A mensagem da cruz, que representa, em nós, o pecado que não podíamos vencer, mas Cristo venceu! Mensagem que revela fiel e cabalmente, sem distinção, o amor de Deus pela sua criação. Como está escrito em João 3 e 16: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”. Vida e possibilidade de salvação eterna. Sim, se crermos nisso, é claro! Vamos refletir?!

 

 

É preciso mudar…

Recebi a imagem abaixo via mensagem no whatts app. Não sei precisar a sua autoria, mas me permitam usar a mesma e a frase de Chico Buarque para uma reflexão rápida. É bem possível que desde quando ela foi escrita até o momento, seu autor não pense dessa mesma forma, afinal, as coisas mudam. Eu, porém, gosto de pensar que mudanças são necessárias, tendo em vista que só é possível mudar se nos propomos. Ninguém que não sai para a batalha se arranha. Só tem arranhões aqueles que resolveram enfrentar a batalha e mudaram e, com essa mudança, saem arranhados sim e mais experientes… Mais desejosos, esperançosos, aguerridos, resilientes…

Aulas suspensas! E agora?

Em meio a tantos ajustes causados pela pandemia da COVID-19 ou Novo Corona Vírus, temos visto coisas inimagináveis, para além do isolamento social. Para muitos perturbador, mas extremamente necessário. Uma coisa muito importante é não ficar neurótico com a quantidade diária de informações sobre a PANDEMIA. Se instalou um guerra de notícias. É fundamental uma triagem para não “enlouquecer”.

Mas, o título do POST não é sobre a COVID-19, em si e pronto. É sobre uma das adequações que eu nunca havia presenciado em 20 e poucos anos de educação. Se bem que na minha pouca história de vida, nunca tinha vivenciado uma PANDEMIA, especialmente nos moldes daquelas, como a Gripe Espanhola (Leia mais: Gripe Espanhola.)

Contudo, no conjunto dos ajustes, a fim de minimizar os efeitos da pandemia, temos aulas suspensas! E agora? A partir do momento que a OMS elevou o status do contágio via COVID-19 a pandemia, os países do mundo ficaram em alerta. Uns mais rápido, outros nem tanto… e o distanciamento social tornou-se a ação estratégica mais eficaz, segundo os especialistas, a Espanha, a Itália, no combate a crise sanitária. Dentre as ações governamentais no Brasil tivemos os decretos de isolamento social, definindo em cada estado e em cada município, os serviços essenciais que deveriam funcionar. Os demais, como as escolas, deveriam fechar suas portas, como forma de mitigar os efeitos da pandemia. Mas, você e eu sabemos que a coisa não funciona como no papel, já que ele aceita tudo.

Escolas com aulas suspensas passam a exigir das famílias que façam aquilo que elas, hoje, demonstram ter maior dificuldade: cuidar de seus filhos. Temos visto e recebido relato de pais e professores sobre esse tema. Os professores, no entendimento de que não são férias, estão trabalhando a todo vapor para manter um minimo de ritmo de estudo para seus alunos, o que exige, planejamento e produção de exercícios em ambiente e mídias diversificas. E, tudo isso, sendo executado antes das orientações governamentais. Mas, como em tudo há um mas… as coisas não são fáceis. Há um conjunto de limitantes que são o pano de fundo para o dialogo de como fazer para cumprir as 800 horas da Educação Básica, por exemplo. Dentre estes limitantes podemos citar o acesso da clientela da escola pública a computadores e internet. Nem todas as casas, por mais facilidade que exista, possuem acesso a internet. Essa mesma realidade, ainda, se aplica a alguns colegas professores que em todas as suas jornadas, em mais de uma escola, ainda tem dificuldade com o uso e o acesso de determinadas tecnologias. Você pode está se perguntando: Ainda? Como isso é possível? Eu respondo que é tendo em vista que o papel, reforço, aceita tudo. É fundamental uma discussão objetiva, apartidária, sem preciosismo, com foco no processo necessário, para se chegar ao melhor mecanismo para atender ao aluno e seus familiares, de modo que a aprendizagem tenha o menor impacto possível possível.

Vamos nós a discussão?!

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Imagem de uso gratuito – https://www.pexels.com/pt-br/